quinta-feira, 5 de março de 2009

DESDE 2003 AS MULHERES DA FLORESTA TÊM AGENDA 21

Lançada Agenda 21 das Mulheres da Floresta

Brasília - Entidades feministas e ambientalistas da Amazônia lançaram hoje a Agenda 21 das Mulheres da Floresta.

Brasília - Entidades feministas e ambientalistas da Amazônia lançaram hoje a Agenda 21 das Mulheres da Floresta. O documento foi elaborado a partir de discussões envolvendo movimentos e entidades do setor. A Agenda 21 de Ação das Mulheres foi lançada durante a reunião de Joanesburgo, em 2002, na Conferência Mundial da ONU sobre o Meio Ambiente. A partir desse encontro, diversos segmentos de mulheres no Brasil se mobilizaram para adequar a Agenda à realidade das amazônidas.

O processo de elaboração foi coordenado pelas organizações não governamentais REDEH – Rede de Desenvolvimento Humano e MAMA – Movimento Articulado de Mulheres da Amazônia, que congrega 147 instituições. O resultado da mobilização foi o lançamento desse documento contendo mais de 50 reivindicações referentes às demandas das mulheres da floresta amazônica.

A Agenda 21 das Mulheres da Floresta traça como prioridade ações nas áreas de saúde, direito sexual, violência contra a mulher e ações voltadas para o desenvolvimento humano sustentável.

Na área de saúde, o documento aponta a necessidade de mais investimento em equipamentos e construção de postos de atendimento na região. As mulheres também defendem a criação de delegacias especializadas para o combate ao tráfico de mulheres e à exploração sexual de meninas. A novidade na área educacional é a criação da Universidade Popular das Mulheres da Amazônia.

De acordo com a coordenadora da REDEH, Shuma Shumaker, a universidade será um avanço porque as mulheres poderão se apropriar de conhecimentos que fazem parte de sua realidade e que muitas vezes não são devolvidos a elas. A proposta é o estudo da biodiversidade, dos ecossistemas, ervas medicinais e da cultura indígena pelas mulheres extrativistas, quilombolas, ribeirinhas, indígenas, curandeiras, trabalhadoras rurais e pescadoras da Amazônia.

A proposta será apresentada para a bancada feminina no Congresso, para a bancada da Amazônia e para a ministra Marina Silva.

A Agenda 21 das Mulheres da Floresta condena a liberação de transgênicos para o cultivo, comercialização, consumo e até para a pesquisa. Elas defendem a reforma agrária com política agrícola e exigem o cumprimento das reivindicações contidas no documento da Marcha das Margaridas, desse ano, entregue ao presidente.

O coordenador da Agenda 21 no ministério do Meio Ambiente, Pedro Ivo, afirmou que o documento das mulheres da floresta será incorporado à Agenda 21 do País. De acordo com o coordenador, a implementação da Agenda 21 é prioridade para o ministério e por isso foi transformado em um programa do Plano Plurianual 2004-2007 (PPA).

A solenidade de lançamento da Agenda foi aberta com a apresentação do grupo União Folclórica de Campina Grande, do Amapá. Quinze integrantes do grupo apresentaram a dança Marabaixo, típica dos escravos e que lembra as mulheres que eram transportadas nos porões dos navios.

Participaram do lançamento da Agenda 21 das Mulheres da Floresta o senador Geraldo Mesquita Júnior (PSB-AC) e a deputada federal Janete Capiberibe (PBS-AP).

Disponível em http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2003/09/262945.shtml. Acessado em 05-03-2009